1. Eu sou contra a produção, venda e consumo de drogas.
2. Eu não tenho nada pessoal contra policiais, aliás, tenho amigos tanto na polícia militar, como na civil
3. Eu não sou filiado a nenhum partido, nem simpatizante de algum partido (mas cada dia sou mais anti-simpatizante de todos eles)
Isso dito gostaria de comentar o circo formado em torno do episódio polícia x estudantes da USP.
Como bem notou o Jayme Serva no dia em que a polícia prendeu os caras que estavam mandando ver num baseado dentro da cidade universitária, essa históiria não ia acabar bem.
A polícia entrou na USP depois da ocorrência de assaltos e latrocínios dentro do campus. Porque a universidade tem seguranças para impedir que as pessoas joguem bola no gramado (mesmo sendo um espaço público pago com os seus impostos), mas não para impedir crimes.
Assumindo sua incompetência em administrar o campus, o reitor e o conselho universitário chamaram a polícia para dentro da universidade. Sabidamente uma relação historicamente desconfortável.
Essa polícia, que deveria garantir que criminosos não atuassem, preferiu prender contraventores miúdos. Poderia muito bem ter confiscado a droga, jogado no lixo e mandado os moleques de volta para a sala e notificar a escola. Preferiram criar caso.
Ato contínuo, a comunidade de estudantes se revoltou e pediu a saída da polícia. Ato contínuo começaram as mensagens chamando os estudantes de "maconheiros". Uma generalização estúpida como costumam ser todas as generalizações.
Mas, parte dos estudantes, a maior parte, foi contra a paralisação. Democraticamente encerrada em assembléia. Nesse momento o debate sobre a presença da polícia poderia ter voltado à política universitária.
Se não fossem os eternos pseudo-revolucionários da esquerda albanesa , também conhecidos como maus perdedores, que resolveram invadir e se instalar na reitoria. Além de não terem mais o que fazer, ainda conseguiram acabar com a imagem dos alunos da USP (generalizações, de novo).
A Justiça, atendendo pedido da reitoria (cuja competência para negociação é tão alta quanto a temperatura média da Lapônia) autorizou a polícia a executar a reintegração de posse.
Como se tratava de uma imensa milícia revolucionária armada até os dentes, ou seja, 70 estudantes universitários, a polícia chegou com 400 homens armados, escopetas e tropa de choque. Um espetáculo deprimente e ridículo. A mesma polícia que não se prepara assim para reprimir o tráfico de drogas nos drive-throughs da Av Roberto Marinho (rip).
Pior, isso ainda alimentou o debate eleitoral de 2012. Nosso governardorzinho defendeu a brutalidade, no melhor estilo Erasmo Dias (se você não sabe quem é, procure no Google) e o ministro da educação, candidato a prefeito, veio dar palpite onde não devia.
Espero agora pelas próximas cenas. Quem sabe o FHC defendendo a discriminalização da cannabis (poderia também defender o descriminalização dos corruptos, afinal, a culpa é só dos corruptores), ou o PSTU propor a extinção da polícia.
Agora, como bem disse a Cristiana Soares, é nessas horas que a gente sabe quem é quem na nossa lista de contatos do Face. De um lado os defensores da repressão, de outro a turma do vale tudo. Um pouco de análise crítica, quase de ninguém.
A maior de todas as comédias dos erros é descobrir que tem muita gente sem nenhum conhecimento da história do país e, de outro, gente que não entende a mudanças que estão acontecendo.
Conclusão: nenhuma. Os fascistas vão continuar sua marcha pela tradição, família e propriedade. Os comunistas vão continuar usando o boné do Che Guevara.
Salve-se quem puder.
PS: Nesse momento, acabo de ler que a assembléia dos estudantes da USP decretou greve, a partir de amanhã. Será que vão chamar a Tropa de Elite para resolver o caso?
Descrição de imagem: foto de uma jovem com a mão na boca, vaiando. A moça usa um nariz de palhaço
Fábio.
ResponderExcluirO que mais lamento é que os aliendos do plantão me perguntam: E você estava lá em 68.
Ao que apens respondo :
-Sim , mas em outro contexto.
"Tenho, para isso, uma tese de botequim: a de que minha geração, nascida em meados dos anos 80 e criada nos 90, foi o maior baby boom de bundões que o Brasil já testemunhou; crescemos com medo da violência, das doenças sexualmente transmissíveis e do outro (do favelado ao muçulmano) e, por este motivo, decidimos nos enclausurar em bolsões de segurança (o shopping, a escola particular e os condomínios fechados) para poder nascer e morrer em paz, sem grandes objetivos na vida a não ser aceitá-la."
ResponderExcluirCopiei do mural da Juliana Nadu, minha prima e estudante da USP.
A polícia foi agir logo num vespeiro dessa turma do "politicamente correto" e dos "direitos humanos" de bandido, só podia dar confusão mesmo...
ResponderExcluirEu já cheguei a ter contatos com a maconha na adolescência, vejo isso como uma burrice de moleque, mas esses maconheiros que fizeram esse fiasco todo na USP estão errados, tanto os que apertaram o baseado quanto os que defendem um "direito" desses e ainda apelam à violência. Mas na hora que um desses filhotes de Che Guevara levar um tiro na espinha e precisar de uma cadeira de rodas, ou alguma mulher for estuprada por algum nóia que entre no campus para fumar crack sem correr o risco de levar um belo dum baculejo, vão aprender a dar valor à polícia.
Eu até sou favorável a respostas táticas mais voltadas à "neutralização", mas se a polícia faz isso aí sim a choradeira dos esquerdistas seria grande...