segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Discriminando os termos

Muito se fala sobre políticas de diversidade e inclusão e, aqui, gostaria de, antes de mais nada fazer um discriminação, ainda que esse último termo lhe soe esdrúxulo nesse contexto.

Diversidade é algo incontrolável, ela está por todas as partes, basta caminhar pela rua e você estará cercado dela.

Negar a diversidade seria como entrar nos grotões da floresta amazônica e dizer que, para você, é tudo igual, enquanto está cercado do bioma mais diversamente complexo do planeta.

O que não significa que não poucas pessoas rejeitem a diversidade (qualquer diversidade) e procure restringir sua existência a espaços segregados ou, quando isso não é possível, segregar a si próprio para ficar longe dela.

A essa atitude dá-se o nome de exclusão, que pode variar das formas mais sutis, às mais violentas como as tentativas de eliminação de determinados grupos excluídos.

Não é à toa que, em defesa própria, não poucos grupos de excluídos acabem, eles mesmos se auto segregando quando saem em defesa da sua inclusão como grupo. Defender a inclusão de pessoas com as características X, Y ou Z é, na sua raiz, uma forma de segregação.

Por isso que inclusão ainda é um sonho distante em muitos contextos, afinal inclusão de verdade é onde todos participam de tudo com todos os demais. E não a questão de apenas ter o direito de participar, o que não deixa de ser importante, mas onde o cada ser humano seja bem vindo sem condições prévias.

É uma questão de mudança sociocultural que, sabemos, não se constrói da noite para o dia, também nunca se vai construir se não se começarmos.

Enquanto nossas políticas de diversidade e inclusão forem apenas decorrentes de ações afirmativas para grupos específicos (portanto, uma obrigação legal), enquanto não passarem de “greenwashing” corporativo para aparecer na mídia, enquanto forem direcionadas para esse ou aquele público, elas não passarão de uma enganação.

E como esperar isso de uma sociedade cada vez menos preocupada com o coletivo, que todo dia mata um pouco mais a alteridade?

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