Tinha certeza que você viria aqui para ler que asneira eu poderia ter escrito com esse título. Antes que que me apedrejem eu já aviso que não acredito na afirmação do título, não me consta que a cor dos cabelos (naturais ou artificiais) influenciem sinapses.
Mas é assim mesmo que o mundo funciona, as pessoas adoram fazer generalizações, seja para aparecerem, seja para fomentarem polêmicas, ou , simplesmente porque não sabem raciocinar de outra forma.
E não sabem raciocinar de outra forma, pois foram educadas a ver pessoas como massas homogêneas a partir de determinadas características, geralmente físicas. Isso é resultado da crença quase dogmática no determinismo biológico ( a idéia de que tudo na vida é resultado das nossas condições genéticas).
Por esse raciocínio toda pessoa gorda é bem humorada. Todo baixinho é autoritário. Todo negro tem grande força muscular (sim, muita gente ainda pensa em escravos). Todo japonês é esforçado. Todo italiano é romântico.
Apesar dessa origem, as generalizações há muito deixaram de ser apenas sobre tipos físicos e se espalham por todas as categorias de pessoas que possam ser agrupadas. E aí começam as generalizações por formação acadêmica, por profissão, por tipo de hobby que tenha.
O maior problema é que são justamente essas generalizações que fazem com que tratemos as pessoas como se fossem um grande pastiche onde todos reagem da mesma forma. A começar da nossa educação.
Toda vez que faço palestra para professores peço que eles me falem das suas classes homogêneas. Sempre me dizem que classe homogênea não existe.
Bem, se não existe classe homogênea, porque as aulas, o material didático, as avaliações são iguais para todos? Porque os professores ficam tão assustados quando tem algum aluno que fuja ao padrão dessa homogeneidade que eles dizem não existir.
Eu poderia até cometer a insanidade de dizer que todas as escolas são iguais, ou que todos os professores não sabem lidar com a diversidade. Mas seria outra generalização burra.
Felizmente, eu não preciso generalizar aqui. Existem professores e escolas que não são iguais a todas as outras. Nessas, os alunos, tratados como indivíduos, têm aprendido que nem todo mundo é igual, e que a vida é bem mellhor assim.
Descrição da imagem : numa sala de aula com alguns alunos sentados e um deles em pé, a professora diz: Parabéns Joãozinho. Você conseguiu repetir exatamente o mesmo absurdo que eu acabei de ensinar para vocês.
2 comentários:
Numa reunião da escola no início deste semestre, o coordenador iniciou assim a sua fala: "Professores, é muito importante que vocês tenham sempre em mente que nossos alunos não são todos iguais!" Comecei a me animar: finalmente teríamos uma reunião proveitosa. Mas aí veio a continuidade: "Professores, nós temos três tipos de alunos: os ótimos, os medianos e os burros."
Matéria optima, adorei a relação sociedade -educação o que é uma vertente que muitos esquecem e quanto os valores de cada educador passa para um educando assim como a Anastázia referiu ....
Fabio posso interessa-lo a reflectir numa outra vertente que está directamente relacionada com esta e que é como dar arranjar tempo dentro de uma sala de aula para a diversidade.Muito bom profissional me diz que não têm tempo tempo para seguir o programa dado pelo Ministério da Educação e tempo para incluir o aluno com necessidades especiais nesse programa.
Claudia
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