Basta alguém contar um "causo" qualquer para outro, logo em seguida, contar algo do mesmo estilo que seja melhor ou maior. Alguém conheceu um homem que pesava 120kg? Isso não é nada, o colega ao lado ou a prima já conheceram um de 150kg.
Quando o causo é alguma coisa ruim ou alguma desgraça, sempre vai ter alguém com a história de uma tragédia maior. Vence sempre o "mais pior de ruim". Faz parte da natureza humana ser o vencedor nas glórias ou nas desgraças.
Na comunidade que cerca as pessoas com deficiência não é diferente. A deficiência do meu filho sempre será mais grave que a do vizinho. O menino com dificuldade de aprendizagem de um professor sempre será muito mais complicado que o do outro.
Nesse caso, a vitória está com quem sofre mais por sua situação. Sua vida é difícil? A minha é muito pior.
Claro que isso embute uma estratégia muito conveniente, seja para os pais, seja para os professores.
Quando a inclusão daquela criança muito problemática funciona, pais e professores podem cantar suas glórias de como superaram uma situação tão adversa quanto as suas.
Quando não funciona, sempre estão protegidos pela comiseração que provocaram em relação a si mesmos. Se foram derrotados é porque as circunstâncias eram complexas demais para qualquer pessoa.
Dificilmente a gente ouve alguém dizer que não acha sua vida difícil. Que o desafio que tem pela frente é superável e, caso não consiga fazer algo, que não existe ninguém para culpar além dele mesmo.
É mais fácil se livrar de qualquer responsabilidade quando se erra e receber os louros quando se acerta.
Enquanto trabalharmos a inclusão de pessoas com deficiência como um fardo insuportável de carregar nunca chegaremos a lugar nenhum.
Continua sendo uma questão de atitude.
Descrição da imagem: cartoon onde uma escova de dentes diz: "às vezes acho que tenho o pior emprego do mundo", ao que um rolode papel higiênico responde: "cê que pensa..."
Quando o causo é alguma coisa ruim ou alguma desgraça, sempre vai ter alguém com a história de uma tragédia maior. Vence sempre o "mais pior de ruim". Faz parte da natureza humana ser o vencedor nas glórias ou nas desgraças.
Na comunidade que cerca as pessoas com deficiência não é diferente. A deficiência do meu filho sempre será mais grave que a do vizinho. O menino com dificuldade de aprendizagem de um professor sempre será muito mais complicado que o do outro.
Nesse caso, a vitória está com quem sofre mais por sua situação. Sua vida é difícil? A minha é muito pior.
Claro que isso embute uma estratégia muito conveniente, seja para os pais, seja para os professores.
Quando a inclusão daquela criança muito problemática funciona, pais e professores podem cantar suas glórias de como superaram uma situação tão adversa quanto as suas.
Quando não funciona, sempre estão protegidos pela comiseração que provocaram em relação a si mesmos. Se foram derrotados é porque as circunstâncias eram complexas demais para qualquer pessoa.
Dificilmente a gente ouve alguém dizer que não acha sua vida difícil. Que o desafio que tem pela frente é superável e, caso não consiga fazer algo, que não existe ninguém para culpar além dele mesmo.
É mais fácil se livrar de qualquer responsabilidade quando se erra e receber os louros quando se acerta.
Enquanto trabalharmos a inclusão de pessoas com deficiência como um fardo insuportável de carregar nunca chegaremos a lugar nenhum.
Continua sendo uma questão de atitude.
Descrição da imagem: cartoon onde uma escova de dentes diz: "às vezes acho que tenho o pior emprego do mundo", ao que um rolode papel higiênico responde: "cê que pensa..."
4 comentários:
Alguns de tanto imaginar o tal fardo jâ ficaram corcundas.Claro, que jamais sairão do mesmo lugar,acham que reclamar è tudo que lhes resta.
Olá, Adiron! Já disse-lhe que admiro seu estilo de escritura?!
Hoje tive a oportunidade de passear entre suas palavras... obrigada por compartilhar suas percepções.
Suas experiencias, entendimentos e escrituras sempre me ajudam a aprender a ver.
Grande abraço.
Fabiana
Fabio
O problema é que o cartoon é hilário.. srsrsrsrs
Abs
Lucio
Mais um excelente ponto de vista, daqueles que a gente sempre percebe, mas nunca comenta... agora traduzido em palavras! Parabéns!
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